1800 - O povoado de São Gabriel - subdistrito de Batovi é oriundo de uma guarda espanhola de fronteira.
1801 - Os espanhóis foram embora, e este povoado foi incendiado pelos luso-riograndenses, sendo salva apenas a imagem do Arcanjo São Gabriel, que hoje se encontra nas escadarias da Prefeitura Municipal.
1812 - 1º Regimento de Cavalaria Miliciano Comandado pelo Coronel João de Deus Menna Barreto (Visconde de São Gabriel) lutou na campanha contra o Uruguai.
1831 - Foi criado o Corpo de Artilharia a Cavalo, que ocupou as instalações em 1846.
1851 - O Corpo de Artilharia à Cavalo mudou de denominação para 1º Regimento de Artilharia a Cavalo - 1º RAC, recebendo o nome de “Boi de Botas”. Era comandado pelo Major Mallet atual patrono da arma de Artilharia. Também ocupou este quartel o 6º Batalhão de Infantaria, que era comandado pelo então Coronel Sampaio, atual patrono da arma de Infantaria.
1908 - O 1º R A C foi extinto, e nesta mesma data o Exército criou o 4º Regimento de Artilharia Montado, que mais tarde mudaria a sua denominação para 5º Regimento de Artilharia Montado. Esta Unidade então foi transferida para Santa Maria em 1925.
1942 - O 3º Regimento de Cavalaria Montado passou a ocupar o nosso aquartelamento sendo extinto em1969.
1969 - O 6º BE Cmb passou a ocupar as suas atuais instalações. A OM, onde hoje é sede do 6º BE Cmb, denomina-se "Quartel Velho" por ser o mais antigo aquartelamento do Estado do Rio Grande do Sul, cuja construção remonta o ano de 1846, sem que nunca perdesse a sua forma quadrilátera original.
No entanto, ao longo da existência do "Quartel Velho", consagraram-se nele uma plêiade de valorosos e brilhantes Oficiais do Exército Brasileiro, com larga projeção de serviços prestados ao país. Devido a essa gama de militares que integram o "Quartel Velho", este foi denominado de "Caserna de Bravos".
Em 1º de abril de 1943 o 6º Batalhão de Engenharia de Combate foi criado pelo Decreto nº 5.367, com sede em Porto Alegre, com a denominação de 3º Batalhão de Engenharia - 3º BE.
Em 08 de maio de 1943, instalou-se inicial e provisoriamente no quartel do 1º Batalhão de Engenharia, na cidade de Rio de Janeiro, então Distrito Federal, para iniciar sua organização em pessoal, equipamento e material.
Em 25 de maio de 1943 a Unidade seguiu, via ferroviária, para Porto Alegre, onde chegou no dia 02 de junho, cerca das oito horas da noite. Já aguardava na estação ferroviária o seu primeiro Comandante, Tenente Coronel José Diogo Brochado da Rocha, que no dia 05 de junho de 1943 recebeu o comando do Major Saul de Barros Câmara, que a conduzira do Rio de Janeiro à Porto Alegre.
Em 24 de dezembro de 1947 sua denominação foi mudada para 6º Batalhão de Engenharia - 6º BE, por Portaria Ministerial nº 4.846.
Em 30 de novembro de 1958 recebeu sua atual denominação, pela Portaria nº 143-11, 6º Batalhão de Engenharia de Combate - 6º BE Cmb.
Em maio de 1958 a unidade é transferida para Saicã - São Simão, seguindo nesta oportunidade o seu destacamento precurssor. Por ordem do Ministro do Exército foi tornada sem efeito a transferência para São Simão, tendo os últimos elementos retornados para Porto Alegre em 1963.
Em 31 de outubro de 1968 foi transferido para a cidade de São Gabriel - "A Terra dos Marechais". Ocupou, então, o histórico aquartelamento do extinto 3º Regimento de Cavalaria Motorizado, o mais antigo quartel do Rio Grande do Sul, construido em 1846, por onde passaram infantes, artilheiros e cavalarianos, heróis da história do nosso Exército.
Sua primeira bandeira o Batalhão recebeu da Caixa Econômica Federal; cujo Diretor Presidente era o Dr Cilon Rosa, em cerimônia realizada no dia 06 de setembro de 1943.
Diversas praças da Unidade foram designadas para a FEB. Salienta-se entre elas, o Sargento Manoel Milintino da Silva, primeiro elemento do Batalhão transferido para o 9º BE Cmb, unidade esta incorporada à FEB, e o soldado Arthur Lourenço Stark, que tombou nos campos da Itália.
De acordo com levantamento histórico realizado, o 6º Batalhão de Engenharia de Combate possui laços de afinidade com o Tenente Coronel José Carlos de Carvalho, Chefe da Comissão de Engenheiros na Guerra do Paraguai. Sendo um dos Oficiais selecionados para integrar o Batalhão de Engenheiros na sua organização inicial, determinado pelo Decreto Lei nº 1.535, de jan 55, o Tenente Coronel José Carlos de Carvalho, comandou como Capitão, a 2ª Companhia do Batalhão, instalado no Quartel do Forte São João no Rio de Janeiro. Como Chefe da Comissão de Engenheiros na Guerra do Paraguai, o Tenente-Coronel José Carlos de Carvalho era para Osório, como que o Comandante da Engenharia do Exército, nos regulamentos atuais. Como chefe executante, coordenava e dirigia os oficiais do Corpo de Engenheiros, como na travessia do Rio Paraná quando dividiu com Villagran Cabrita a conquista e a defesa da ilha da Redenção. Está sediado em São Gabriel, território situado no Rio Grande do Sul que pertencia ao teatro de operações da Guerra do Paraguai, onde José Carlos de Carvalho foi herói inconteste.
Analisadas as proposições enumeradas, observa-se uma relação considerável entre o 6º BE Cmb, o primitivo Batalhão de Engenheiros, a Comissão de Engenheiros, na pessoa de seu chefe Tenente Coronel José Carlos de Carvalho, e suas ações decisivas durante a Guerra do Paraguai, principalmente na travessia do rio Paraná. Através do seu resumo histórico, o 6º BE Cmb comprova sua origem no remoto Batalhão de Engenheiros. Com base na sua origem e localização, se identifica com os feitos heróicos do Tenente Coronel José Carlos de Carvalho, cujos trabalhos inimitáveis prestados à Pátria o tornaram credor da gratidão e admiração de todos os brasileiros, justificando a intenção de homenageá-lo pela sua grandeza histórica.
A Organização Militar por seu passado histórico, localização atual e afinidade operacional apresenta conotação sugestiva com a vida e a obra do homenageado que personifica, inclusive, o seu componente humano ideal.
Desta forma, a Arma de Engenharia, prestou uma justa e merecida homenagem a um dos seus vultos mais ilustres; consagrado soldado e Chefe da Comissão de Engenheiros do Exército na Campanha do Paraguai.
Personalidades
A Caserna de Bravos foi sede do 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, o Boi-de-Botas, o 6º Batalhão de Infantaria, o 3º Regimento de Cavalaria Motorizado, o 6º Batalhão de Engenharia de Combate e outros. Aqui serviram vultos marcantes da história, alguns veteranos das campanhas platinas e da Guerra do Paraguai. Citam-se os seguintes:
EMÍLIO LUIZ MALLET, Barão de Itapevi, comandou o Boi-de-Botas, é o Patrono da Arma de Artilharia;
MANOEL DE ALMEIDA GAMA LOBO COELHO D'EÇA, Barão do Batovi, governou o Estado de Mato Grosso;
SEVERIANO MARTINS DA FONSECA, Barão de Alagoas, foi Conselheiro de Guerra;
ALEXANDRE GOMES DE ARGOLO FERRÃO, Visconde de Itaparica, foi Membro do Conselho Supremo Militar;
MANOEL DEODORO DA FONSECA, proclamou a República do Brasil e foi seu primeiro Presidente;
HERMES ERNESTO DA FONSECA, pai do Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca, governou o Estado da Bahia;
HERMES RODRIGUES DA FONSECA, nasceu em São Gabriel, foi Ministro da Guerra e Presidente da República;
JOSÉ SIMEÃO DE OLIVEIRA, governou o Estado de Pernambuco e foi Senador da República;
JOÃO BAPTISTA MASCARENHAS DE MORAES, gabrielense, comandou a Força Expedicionária Brasileira;
FERNANDO SETEMBRINO DE CARVALHO, foi inventor no Estado do Ceará e Ministro da Guerra;
JOÃO NEPOMUCENO DE MEDEIROS MALLET, gabrielense da Terra dos Marechais, foi Ministro da Guerra;
JOÃO THOMAZ DE CANTUÁRIA, foi Ministro da Guerra;
JOÃO VICENTE LEITE DE CASTRO, foi biógrafo e historiador militar;
JOAQUIM JOSÉ GONÇALVES FONTES, comandou o 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, o Boi-de-Botas;
HENRIQUE GUATIMOSIM FERREIRA DA SILVA, foi acidentado na Área de Instrução da Invernada;
MANOEL DE AZAMBUJA BRILHANTE, comandou o 3º Regimento de Cavalaria Motorizado e o 1º Exército;
FÁBIO PATRÍCIO DE AZAMBUJA, nasceu em São Gabriel, a terra dos Marechais; e outros.
ANTÔNIO DE SAMPAIO, comandou o 6º Batalhão de Infantaria, é o Patrono da Arma de Infantaria;
BERTHOLDO KLINGER, criou o "QTS" nesse quartel, foi chefe da Revolução Constitucionalista de 1932;
JOÃO SEVERIANO DA FONSECA, chefiou o Corpo de Saúde do Exército, é o Patrono do Serviço de Saúde;
JOÃO BORGES FORTES, foi engenheiro e historiador militar;
BELO AUGUSTO BRANDÃO, sogro do Marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes;
JOSÉ FRAGOMENI, foi Ministro do Superior Tribunal Militar;
OSVINO FERREIRA ALVES, comandou o IIIº Exército, hoje Comando Militar do Sul;
GERALDO DA CAMINO, comandou um Grupo de Artilharia da Força Expedicionária Brasileira, na Itália;
NELSON ETCHEGOIEN, foi chefe revolucionário de 1926;
ALCIDES ETCHEGOIEN, foi chefe revolucionário de 1926;
JORGE DINIZ SANTIAGO, comandou a 3ª Região Militar, composta pelos estados da Região Sul;
OSMAR DE ALMEIDA BRANDÃO, comandou o 6º Grupo de Artilharia a Cavalo, aquartelado nessa praça forte;
OSWALDO MENNA BARRETO;
MAURÍLIO MENNA BARRETO BENAVIDES, comandou o 3º Regimento de Cavalaria Motorizado;
GASTÃO ÁLVARO PEREIRA DOS SANTOS, comandou o 3º Regimento de Cavalaria Motorizado;
CÂNDIDO VARGAS DE FREIRE, comandou o 6º BE Cmb, em 1995 foi mediador de paz entre Equador e Peru;
HAMILTON DE OLIVEIRA RAMOS, comandou o 6º BE Cmb e 1ª Região Militar, no Rio de Janeiro;
CARLOS ALBERTO DA CAS, comandou o 6º BE Cmb e a 3ª Brigada de Infantaria Motorizada;
JOSÉ PLÁCIDO DE CASTRO, foi chefe da revolução que anexou o Estado do Acre ao território brasileiro;
ANTÔNIO FERNANDES BARBOSA, por bravura no Paraguai comandou o 1º Regimento de Artilharia a Cavalo;
FILINTO GOMES DE ARAÚJO, no comando, ensinou idiomas e reorganizou o 1º Regimento de Artilharia a Cavalo;
FRANCISCO JOSÉ DE CARVALHO, no comando, soldados foram fuzilados originando a Capela dos Irmãozinhos;
JONATHAS DA COSTA REGO MONTEIRO, foi engenheiro e historiador militar;
VICENTE MÁRIO DE CASTRO, foi chefe revolucionário de 1930;
EMYGDIO DA COSTA MIRANDA, participou do Estado-Maior da coluna Prestes;
PEDRO FÉLIX DE MEDEIROS MALLET; e outros.
GUILHERME WON STENBEM, foi herói da Batalha de Tuiuti, lançando fora uma granada que caiu em sua Bateria;